30.11.16

Desenvolvimento Mediúnico: Na Intimidade do Processo.


Feitas assim estas generalizações, vamos agora ver de que maneira se processa o desenvolvimento em si mesmo. 

Encaremos a primeira fase: — a da adaptação psíquica. 

Posto o médium na corrente magnética inicia-se imediatamente o trabalho de limpeza espiritual, com a dissolução das placas fluídicas, aderidas ao perispírito e advindas do exterior por afinidade vibratória ou do interior, como resultante de seus próprios pensamentos e sentimentos negativos, bem como com o afastamento das entidades perturbadoras ligadas ao médium e atraídas, sempre por afinidade, por suas condições vibratórias internas. 

Tanto essas placas (ou manchas), como as interferências pessoais de obsessores, davam ao perispírito vibrações impróprias, desordenadas, às vezes muito intensas outras vezes muito lentas. que se refletiam no sistema nervoso em geral, produzindo alterações psíquicas e orgânicas. 

Este trabalho de limpeza é feito pelos assistentes espirituais, que lançam mão dos elementos magnéticos positivos extraídos da própria corrente ou de passes e radiações fluídicas pessoais que dirigem sobre o médium. 

Em casos graves, de perturbações muito fortes e quando falham seus próprios recursos, os assistentes recorrem a mananciais de forças de planos superiores, por intermédio de entidades de maior hierarquia, às quais mentalmente se dirigem. 

Assim se consegue, desde os primeiros trabalhos e após sessões continuadas, normalizar a vibração perispiritual, passando então o perispírito, devidamente refeito, a exercer sobre o sistema nervoso e sobre os plexos e glândulas, o domínio normal e as relações pacificas e regulares que caracterizam o indivíduo psiquicamente equilibrado. 

Vejamos agora a segunda fase: a do desenvolvimento propriamente dito. 

Limpo o perispírito de influências impróprias e negativas e normalizadas as relações entre ele e o aparelho nervoso, o campo mediúnico se apresenta, então, em condições de ser exercitado. 

O trabalho, sempre com o auxílio dos elementos já referidos, se resume na intervenção dos agentes espirituais, sobre os órgãos de percepção e de ligação psíquica, principalmente a glândula pineal — para o vegetativo. 

Esses órgãos vão sendo então exercitados pelos operadores Invisíveis, até que obtenham a vibração especial própria da eclosão da faculdade que se tem em vista desenvolver. 

Aos poucos vai o perispírito atingindo esse estado vibratório necessário e aos poucos vão, também, se desenvolvendo e caracterizando as manifestações que produz até que essa capacidade especial vibratória se consolide, se estabilize, se torne espontânea, elástica e flexível, capaz de ressoar harmonicamente a qualquer nota, vamos dizer assim, da. escala vibratória espiritual. 

Chegando a este ponto o médium estará em condições de servir de intermediário a Espíritos de qualquer condição e grau da hierarquia; e estará também em condições de desempenhar sua tarefa por si mesmo, sem perigo de degeneração, com segurança e pleno conhecimento de causa.
(33) Ao que está dito acrescente-se o ensino de Kardec, segundo o qual médium desenvolvido é aquele que somente recebe inspiração de Espíritos superiores. O Codificador quer dizer que desenvolvido está o médium quando produz o trabalho que dele se espera porém, quanto à obediência, à orientação espiritual, somente se submete a protetores e guias de ordem superior.
 O desenvolvimento, tanto na primeira como na segunda fases, pode exigir maior ou menor tempo, segundo o estado moral, o devotamento e a fé que o médium demonstrar desde início; mas depende também e muito do ambiente em que o trabalho se realiza, o qual, não sendo plenamente favorável, pode retardar o processo ou degenerar as faculdades incipientes.

Na primeira fase o mau ambiente, ao invés de limpar, acrescenta elementos contrários ao quadro dos já existentes e atraí novas forças hostís, perturbando ainda mais o médium; e na segunda pode produzir um desenvolvimento desarmônico, num sentido vicioso e inconveniente, levando à formação de médiuns descontrolados, que jamais atingirão um estado satisfatório de eficiência mediúnica.

Em ambientes favoráveis, desde início cedem também, como já vimos, as perturbações de fundo orgânico porque, removidas as placas do perispírito, automàticamente estarão também removidos seus reflexos nos órgãos físicos correspondentes, já que o corpo físico é um duplicado, uma projeção do perispírito, que é a matriz modeladora.

Desde o início do desenvolvimento deve o médium estabelecer e conquistar um padrão o mais perfeito possível de conduta moral, por meio de auto-refreamento e de preces, para que suas vibrações internas se apurem, clarificando e purificando a aura mediúnica.

Tal procedimento ajuda poderosamente o desenvolvimento e sem esse processo interno de auto-purificação, pela reforma moral, nenhum desenvolvimento normal e perfeito será possível ou terá caracter definitivo.


Livro Mediunidade
Autor Edgard Armond


Muita Paz!

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