O diretor dos trabalhos tem, a seu turno, de agir com discernimento e
prudência, conforme a natureza da sessão que preside.
Em geral, para a formação de um bom ambiente, e após, é claro, os
entendimentos preliminares com os operadores invisíveis, (o que deve ser feito
em ocasiões apropriadas) deve exigir dos presentes a mais perfeita
concentração, expungindo de todas as mentes pensamentos e preocupações
ligados à vida material.
A sessão é um oásis de repouso para o viandante cansado de seus
labores; ali se dessedenta, se recupera e se estimula para novos esforços; mas
para que o repouso seja realmente confortador é necessário que o viajante, ao
penetrar no recinto, procure se esquecer de suas inquietações e de seus
temores e se entregue completamente ao aconchego e à proteção que ele
oferece.
A assistência deve ser afastada das mesas de trabalho e em torno destas
deve existir uma cadeia fluídica de segurança, formada de elementos capazes
de manter uma concentração perfeita e isso para que os médiuns fiquem
isolados e a coberto de influências exteriores.
Preleções constantes sobre mediunidade são necessárias, focalizando-se
seus diferentes aspectos e a conduta que os médiuns devem manter durante
os trabalhos.
Nos casos de incorporação explicar as diferenças que apresentam os três
aspectos ‘da faculdade, particularizando seus detalhes. Esclarecer que no caso
“consciente” ‘o animismo é circunstância natural e às vezes mesmo favorável,
porque se o médium possui cabedal próprio de conhecimentos, maior riqueza
de vocabulário e maior facilidade de expressão, tanto melhor transmitirá as
idéias que receber do Espírito comunicante. O médium, pois, que tenha confiança
em si mesmo certo de que, dentro da corrente e na hora da
comunicação, o que vier não será dele mas sim do Espírito comunicante; que
não analise o que recebe para transmitir; que fique em estado receptivo e dê
ampla vasão às idéias ou pensamentos que receber. (34)
(34) Mais tarde, quando já desenvolvido e entregue aos trabalhos, novos detalhes serão fornecidos a este respeito para o aprimoramento da faculdade.
No jogo das idéias próprias e daquelas que vêm do Espírito comunicante,
deve o médium, desde início, estar vigilante para distinguir uma coisa de outra,
estabelecer limites se bem que só o tempo e o tirocínio mediúnico fornecerão
elementos seguros dessa distinção.
Ensine-se ao médium, todavia, que do seu sub-consciente pode usar
livremente os elementos próprios, no que respeita a palavras, locuções, etc.,
necessárias à interpretação e transmissão das idéias recebidas
telepaticamente, só devendo ressalvar em si mesmo, justamente as idéias,
porque estas pertencem ao Espírito comunicante.
Ensine-se-lhe também que quando as idéias fluem livremente,
desembaraçadamente, isto é sinal que não pertencem a ele, médium; são
transmissões telepáticas e que, toda vez que ele, médium, interfere produz-se uma síncope, uma pausa, uma interrupção na transmissão, que passa então a
desenvolver-se com dificuldade, sem fluidez, forçadamente.
Recomende-se-lhe outrossim que antes de se deixar influenciar se dê a si
mesmo sugestões no sentido de não bater nas mesas, não bater os pés e as
mãos, não gritar, não gemer, não fazer gestos impulsivos ou violentos, não
tomar atitudes espetaculares; enfim exija-se que se conserve calmo, silencioso,
confiante, discreto.
Os médiuns devem ser separados em mesas ou grupos diferentes segundo
o estado que atingiram no desenvolvimento, devendo ir transitando de uma
mesa ou grupo para outro à medida que progridem.
O diretor do trabalho não deve permitir manifestações extemporâneas nem
tampouco intervenção de médiuns porventura postados fora da corrente.
É necessário que os médiuns, como já dissemos, saibam distinguir fluidos,
uns de outros pois, segundo sua vibração e qualidade, são diferentes. Um mau
fluido tem vibração mais pesada, mais lenta e produz efeito desagradável,
irritante, ao passo que o bom fluido é suave, repousante, confortador.
Este conhecimento serve, além de outras coisas, para em qualquer caso
ou circunstância, distinguir uma entidade manifestante de outra, identificá-la,
afastando-a muitas vezes antes que ela possa causar qualquer perturbação.
E ter também em conta que determinada qualidade de fluido afeta
determinada região ou órgão do corpo físico, reflexivamente, sendo este
também um outro meio de defesa própria, de diferenciação e de identificação
de Espíritos.
Outra coisa a recomendar aos médiuns em desenvolvimento é que não se
deixem influenciar fora das horas de trabalho mediúnico e sem a devida
proteção ambiente, bem como afastar por meio de preces ou ordens mentais
positivas e enérgicas, entidades perturbadoras e indesejáveis.
Ao médium inconsciente deve-se também ensinar que, antes de entregar-se
ao transe, não lhe merecendo plena confiança o meio em que se achar,
deve ligar-se mentalmente ao protetor individual para que, no caso de ocorrer
qualquer imprevisto ou tornarem os trabalhos um rumo inconveniente, possa
imediatamente libertar-se do transe. Somente desta forma poderá ele, nestes
casos, exteriorizar-se com tranqüilidade e confiança.
Enfim, nos trabalhos de desenvolvimento, não basta fazer os médiuns
sentarem-se à mesa, concentrarem-se e se entregarem cegamente às
influências invisíveis; é necessário assegurar-lhes proteção, conselho,
orientação adequada e isso só poderá ser feito quando o diretor do trabalho
tem conhecimentos suficientes e a autoridade moral necessária.
Livro Mediunidade
Autor Edgard Armond
Paz e Luz!
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