Além das perturbações psíquicas em si mesmas há ainda vários outros
sinais que indicam o afloramento de faculdades e que variam segundo a
natureza desta.
Assim, para a Lucidez temos:
SONHOS E VISÕES
Nesse período de que estamos tratando o médium sonha com intensidade
e nitidez cada vez maiores. Em seguida, no semi-sono, os sonhos passam a
ser verdadeiras visões, cada vez mais perfeitas e significativas. E, em grau
mais avançado, muitas vezes mesmo em plena vigília, primeiro no escuro e
mais tarde no claro, passa a distinguir as cores áuricas das pessoas e dos
objetos, formas indistintas e confusas dos planos hiperfísicos.
Na maioria das vezes as visões são desagradáveis; representam animais
estranhos, e formas ou seres humanos grotescos e mesmo repugnantes e isso
porque o desenvolvimento começa, quase sempre com a interferência de
Espíritos inferiores, que provocam tais visões, quando não é o próprio médium
que diretamente vê tais coisas, nas esferas inferiores do Umbral.
AUDIÇÃO
O médium ouve vozes, rumores, de princípio incompreensíveis, mais ou
menos nítidos em seguida, mesmo não se tratando de mediunidade auditiva.
Outros padecem de zumbido nos ouvidos e muitos há que de tal maneira se
tornam sensíveis a tais coisas, que chegam a não poder conciliar o sono, com
grave risco para sua saúde física e mental.
Para a Incorporação temos:
ADORMECIMENTO
Os médiuns que, por efeito de sua própria perturbação, não conseguem
concentrar-se ou dominar-se, mormente no curso dos trabalhos práticos, são
submersos, pelos próprios protetores invisíveis, em um sono mais ou menos
profundo, durante o qual agem sobre eles, afastando as causas perturbadoras
ou trabalhando nos órgãos da sensibilidade, para a necessária preparação.
Agem também assim sobre aqueles que vem para o trabalho espiritual em
condições físicas impróprias, por cansaço ou moléstia ou ainda por efeito de
preocupações intensas, ligadas à vida material; todas estas condições são
incompatíveis com o trabalho e exigem cuidados reparadores.
FLUIDOS
À medida que a sensibilidade se apura o médium sente, cada vez mais
intensamente, fluidos que tanto podem vir de encarnados como de desencarnados presentes à sessão; e, conforme seja o grau dessa
sensibilidade podem também provir de entidades de maior hierarquia
protetores do trabalho ou para os quais, durante ele, se apelou e que, nestes
casos enviam, às vezes de grandes distâncias, suas radiações poderosas.
Pelo seu teor vibratório esses fluidos agem sobre o perispírito do sensitivo
de forma agradável ou não, produzindo boa ou má impressão, provocando
reação suave e reparadora ou violenta e dolorosa.
Pela natureza, pois, dos fluidos que sente, pode o médium determinar a
presença ou a ação de entidades ou forças boas ou más, do mundo invisível.
Convém também dizer que os fluidos agem de preferência em
determinadas regiões do organismo, ou melhor, refletem sua ação em lugares
de eleição do organismo físico, segundo sua própria natureza e variando de
indivíduo para indivíduo. Assim uns sentem fluidos pesados, (de Espíritos
inferiores) no alto da cabeça, à esquerda, outros à direita, outros no braço, nas
pernas, no epigastro, e fluidos leves (de Espíritos superiores) nestes ou
naqueles pontos do corpo, sistematicamente.
IDÉIAS E IMPULSÕES ESTRANHAS
Sensíveis como são aos fenômenos hiperfísicos os médiuns começam a
perceber, nesse período pré-medíúnico, idéias estranhas, que lhes surgem na
mente de forma às vezes obsidiante, bem como impulsos de ‘agirem em
determinados sentidos, de fazerem tal ou qual coisa, de que também jamais
cogitaram.
E como podem, nesses primeiros tempos, devido à sua natural
inexperiência, sofrer arbitrariamente influência de bons e maus Espíritos, é
necessário vigiar sempre, interferir com a razão continuamente, analisando tais
idéias e impulsos, não se deixando levar por eles e optando sempre pelo que
for mais criterioso e justo.
ENTORPECIMENTO, FRIO E RIGIDEZ
Os protetores, durante esse período que estamos analisando, agem sobre
os órgãos da sensibilidade, bem como sobre todo o sistema nervoso
justamente visando o preparo do campo para as atividades mediúnicas e essa
ação muitas vezes provoca reflexos nos músculos, inibições na corrente
sanguínea e nas terminações nervosas, do que resultam os fenômenos
citados, se bem que sempre em carater passageiro.
O entorpecimento ora é nos braços e mãos, ora nas pernas e pés, sendo
também às vezes precedido de uma incômoda sensação de formigamento da
epiderme em geral.
ALHEAMENTO, ESVAIMENTO, VERTIGEM
Nos casos de semi-incorporação ou incorporação total o processo mais ou
menos profundo da exteriorização do Espírito do médium provoca tais
fenômenos, também passageiramente.
Em casos anormais porém, podem eles ser provocados pela ‘influenciação
de Espíritos obsessores que, não tendo em mira objetivos benignos em relação
ao médium, interferem com brutalidade, produzindo distúrbios no campo da vida nervosa ou psíquica.
“BALLONNEMENT”
Adotamos esta expressão francesa para indicar a sensação de dilatação,
estufamento, inchamento de mãos, pés e rosto do médium, que muitas vezes
ocorre antes do transe. E’ ainda efeito da exteriorização, do deslocamento do
perispírito do médium dentro do arcabouço físico para ceder lugar, parcial ou
totalmente, ao Espírito comunicante.
Por último, são os seguintes os sinais prévios, no campo exterior,
referentes aos casos de efeitos físicos: “raps”, rumores. diferentes, deslocação
de objetos de uso, batidas em móveis, paredes, luzes e formas fluídicas, de
ocorrência arbitrária e imprevista, tanto no lar como nos lugares freqüentados
pelos médiuns.
Quando ocorrem esses fenômenos, como sucede em muitas casas que,
por isso, ficam mal vistas pelo povo, procure-se logo o responsável que,
invariàvelmente é um médium de efeitos físicos.
Todas estas perturbações são próprias do período pré-mediúnico e podem
mesmo avançar um pouco a dentro no período do próprio desenvolvimento
mas terminam sempre por cessar à medida que as faculdades se desenvolvem
e educam, entrando em atividade normal.
Livro Mediunidade
Autor Edgard Armond
Muita Paz!
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