4.5.11

Mãe Adotiva


 MÃE ADOTIVA

Muitas crianças nasceram e continuam nascendo com uma missão, karma, expiação...de serem abandonadas, mas surgem aqueloutras que gostam de crianças e não se incomodam de abraçar e amar um filho alheio.

Daí, inúmeras vezes tenho escutado a polêmica: - quem é a mãe verdadeira, a que gerou ou a que adotou?

Particularmente considero que ambas sejam as mães destas crianças abandonadas; a que gerou e a que adotou! Algumas pessoas mais exigentes se esquecendo da máxima cristã de que seremos julgados com a mesma medida que julgarmos o nosso próximo, acrescentam:

- A que gerou e jogou fora é um monstro, desumana, cruel  e mais alguns adjetivos que me passam no momento .

Claro que a maternidade é sagrada e um dos maiores instrumentos de evolução, mas cabe salientar que estamos em patamares diferentes e por isto mesmo agimos de maneira diferente diante do mesmo evento.

Para algumas mulheres a maternidade é sagrada e assim a consideram do berço ao túmulo, enquanto que, para outras, não deve significar o mesmo já que se comportam de maneira equívoca quando a maternidade lhe bate à porta.

Quando eu tinha 29 anos, mãe de duas meninas e um menino, acolhi um bebê recém nascido que havia sido abandonado na porta da Maternidade onde meus filhos nasceram e o meu esposo trabalhava como anestesiologista. Ele fora encontrado com o corpinho recoberto da sujidade natural do parto, envolto em dois trapos, dentro de um saco plástico, amarrado como um embrulho comum. O vigia da Maternidade no período noturno ao descer para fechar o portão da Instituição encontrou o embrulho sobre um carro de mão que ali estava, numa rampa próxima ao portão, ele de imediato pegou o embrulho que se movimentou sugerindo a presença de uma criança.Correu para o interior da Maternidade e ali com a ajuda das funcionárias de Enfermagem o bebê recebeu todos os cuidados necessários a um recém nascido.

Dois dias depois eu soube da novidade e após o consentimento do meu esposo e a autorização do juíz da vara da infância, eu, num domingo à tardinha, (ele fora encontrado numa quarta feira/19/05/76) fui buscá-lo para vir viver conosco, com um termo de guarda até completar cinco anos, tempo em que a mãe biológica teria para reclamá-lo. Ela não o fez, eu o adotei quando ele completou cinco aninhos e já era orfão de pai desde os três, pois o meus esposo havia desencarnado.

Ele sabe da sua história, mas nem por isto revoltou-se ou deixou de tratar-me com o mesmo carinho com que sempre me tratou.

Sinto alguma diferença entre ele e os que eu mesma parí? Absolutamente! A não ser os traços fisionômicos que são bastante diferentes. 

Hoje ele é um homem, fará 35 anos, com a esposa e duas filhas, Uma com 13 anos e outra com 01 aninho.

Eu pergunto: Pra que se levantar a questão quem é a mãe, nesta e em outras situações similares?

Claro que eu sei que não sou a sua mãe biológica, mas sinto-me como tal. O criei desde 04 dias, acordei às madugradas como fiz com os outros, o assisti quando esteve doente, preocupei-me e preocupo-me quando ele demora, adoece etc. Enfim, sinto-o filho meu!

A mãe biológica nunca o reclamou. 

E se ela o fizesse agora? Seria normal!

Como eu reagiria? Normal! 

Falando com ele sobre a situação e a ele caberia decidir se deveria ou não conhecê-la e até assumí-la se houvesse necessidade. E não seria traição como muita gente pensa, seria dever filial.

Assim é que é a vida! Muito simples e nós a complicamos na maioria das vezes com as  vãs suposições, inferências, acusações, falta de tolerância de amor e de caridade.

Somos espíritos em evolução e como tal devemos nos comportar, lembrando sempre da máxima cristã:

"Não julgueis, a fim de que não sejais julgados; porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros; e se servirá para convosco da mesma medida da qual vos servistes para com eles: São Mateus, cap VII, v.1, 2.

Blogagem Coletiva
Tema: MÃE


abçs fraternos,
soninha

4 comentários:

Bel Alves disse...

Foi e continua sendo sua missão...paz e bem

Eva Gonçalves disse...

Penso que se adoptasse uma criança, também veria com a maior naturalidade que tivesse mais tarde, uma relação tão saudável quanto possível com a mãe biológica. E nunca a julgaria... gostei da divagação e do tema. beijo

orvalho do ceu disse...

Olá, querida
Em minha família tem várias crianças adotadas...
Abraços fraternais

Natália Augusto disse...

Mãe é aquela que ama, cuida e educa independentemente de ser ou não a mãe biológica.
Obrigada por partilhar sua história. Tenho amigas que fizeram o mesmo.

Muitas felicidades!



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